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VPN Ipsec entre OpenBSD e Juniper Netscreen
Há alguns dias precisei configurar uma VPN Ipsec entre um Juniper Netscreen e um OpenBSD. Como o protocolo é Ipsec, o OpenBSD tem tudo nativo :). Nele você pode configurar uma VPN Ipsec utilizando 2 caminhos:
- ipsec: A configuração é definida em um único arquivo (/etc/ipsec.conf). Configuração bastante simples. - isakmpd: Além do arquivo de configuração (/etc/isakmpd/isakmpd.conf), você precisa configurar o arquivo de policy (/etc/isakmpd/isakmpd.policy). Configuração um pouco complexa de entender no inicio.
Não vou entrar em detalhes sobre o ipsec e isakmpd, caso precise leia a documentação do mesmo, nada como um man arquivo não resolva, ou então clique nos respectivos links :).
Deixando a teoria de lado, vamos a pratica. As informações do Netscreen são praticamente iguais as utilizadas nas VPNs Cisco e no CheckPoint. Então esta documentação serve para os 3 produtos. O que pode mudar é o group, hash, encryption algorithm e é claro, a shared-key:
IP Netscreen: 201.56.120.125 Lan Netscreen: 192.168.1.0/24 Shared Key: fGrkApZlrNf@uR0@zlr#!4ka Fase 1: Hashing Algorithm: MD5 Diffie-Hellman Group: Group-2 Transform (IPSec Protocol): ESP Perfect Forward Secrecy: PFS Encryption Algorithm: 3DES Fase 2: Diffie-Hellman Group: Group-0 Encryption Algorithm: 3DES Hashing Algorithm: MD5 Perfect Forward Secrecy: noPfs
No meu servidor OpenBSD tenho os seguintes IPs:
IP OpenBSD: 187.10.223.67 Lan OpenBSD: 10.10.1.0/24
Consultando a documentação do ipsec.conf (man ipsec.conf), listei as opções que recebi do Netscreen e criei uma lista compatível que será usada no arquivo /etc/ipsec.conf:
Fase 1 = main mode Hashing Algorithm: hmac-md5 Diffie-Hellman Group: modp1024 Transform (IPSec Protocol): esp Encryption Algorithm: 3des Fase 2 = quick mode Diffie-Hellman Group: none Encryption Algorithm: 3des Hashing Algorithm: hmac-md5
Baseado nas informações anteriores, gerei o esqueleto da configuração para um melhor entendimento:
ike [Transform (IPSec Protocol)] from src to dst \ main auth [Hashing Algorithm] enc [Encryption Algorithm] group [Diffie-Hellman Group] \ quick auth [Hashing Algorithm] enc [Encryption Algorithm] group [Diffie-Hellman Group] \ psk [shared-key]
Depois de entender a lógica da configuração, vamos criar o arquivo final. Renomeie o /etc/ipsec.conf para /etc/ipsec.conf.default:
mv /etc/ipsec.conf /etc/ipsec.conf.default
Crie o /etc/ipsec.conf com o seguinte conteúdo:
# /etc/ipsec.conf # ext_if = "fxp0" openbsd_lan = "10.10.1.0/24" netscreen_lan = "192.168.1.0/24" netscreen_gw = "201.56.120.125" ike esp from $openbsd_lan to $netscreen_lan peer $netscreen_gw \ main auth hmac-md5 enc 3des group modp1024 \ quick auth hmac-md5 enc 3des group none \ psk "fGrkApZlrNf@uR0@zlr#!4ka"
Antes de iniciar a VPN, é preciso criar o arquivo de policy do isakmpd. Este procedimento torna-se necessário para o isakmpd não ficar gerando log dizendo que o arquivo de policy não foi encontrado:
touch /etc/isakmpd/isakmpd.policy
Repara que o arquivo acima foi criado sem nenhum conteúdo.
Adicione a variável netscreen_gw = “201.56.120.125” no seu /etc/pf.conf, depois adicione as linhas abaixo para permitir o tráfego entre o OpenBSD e o GW Netscreen:
pass in on $ext_if proto udp from $netscreen_gw to $ext_if port { 500, 4500 } pass out on $ext_if proto udp from $ext_if to $netscreen_gw port { 500, 4500 } pass in on $ext_if proto esp from $netscreen_gw to $ext_if pass out on $ext_if proto esp from $ext_if to $netscreen_gw
Dê um reload nas suas regras e start a VPN:
pfctl -f /etc/pf.conf isakmpd -K ipsecctl -f /etc/ipsec.conf
Caso não tenha recebido nenhuma mensagem de erro, verifique se o túnel subiu:
netstat -nr
Nas últimas linhas você verá as seguintes informações:
Encap: Source Port Destination Port Proto SA(Address/Proto/Type/Direction) 192.168.1.0/24 0 10.10.1.0/24 0 0 201.56.120.125/esp/use/in 10.10.1.0/24 0 192.168.1.0/24 0 0 201.56.120.125/esp/require/out
Utilizamos o ipsecctl para verificar as regras de policy do ipsec:
FLOWS: flow esp in from 192.168.1.0/24 to 10.10.1.0/24 peer 201.56.120.125 srcid 187.10.223.67/32 dstid 201.56.120.125/32 type use flow esp out from 10.10.1.0/24 to 192.168.1.0/24 peer 201.56.120.125 srcid 187.10.223.67/32 dstid 201.56.120.125/32 type require SAD: esp tunnel from 187.10.223.67 to 201.56.120.125 spi 0x097a93d3 auth hmac-md5 enc 3des-cbc esp tunnel from 201.56.120.125 to 187.10.223.67 spi 0x6f5c0fef auth hmac-md5 enc 3des-cbc
Adicione as seguintes linhas no /etc/rc.conf.local para que a VPN suba se o servidor reiniciar:
isakmpd_flags="-K" # enabled isamkpd ipsec=YES # enabled ipsec
Para visualizar o tráfego utilize o tcpdump na interface externa filtrando tudo que entra e sai para o IP do Netscreen:
tcpdump -i fxp0 -netttvvv src or dst 201.56.120.125
Chegamos ao final, VPN pronta, tunel no ar e clientes felizes :).
usando ssh para criar um tunel reverso
Semana passada estavamos (eu e meus amigos de irc) tentando ajudar um colega que estava com um determinado problema. Como ele estava utilizando uma máquina atrás de um firewall e ele não tinha acesso para fazer qualquer redirecionamento para esta máquina, falamos para ele criar um tunel reverso com ssh para conectarmos na máquina que ele estava e poder ajudá-lo com o problema que ele enfrentava.
Baseado no relato acima, vamos supor que tenho um servidor remoto cujo ip é 187.10.223.67, que a porta do ssh é a 22 (padrão) e que meu usuário remoto é but3k4, iremos utilizar as seguintes opções do ssh:
C - usa compactação de todos os dados que serão trafegados, muito útil para economizar banda. N - não executa comandos no servidor remoto, portanto o usuário não precisa ter shell. f - logo após conectar, coloca a conexão em background. R - especifica qual porta irei ouvir no servidor remoto, em qual ip ela será listada e para qual porta do servidor local ela será redirecionada.
Agora, sabendo tudo que irei utilizar, peço para meu amigo digitar:
ssh -C -N -f -R 4444:localhost:22 but3k4@187.10.223.67
Com o comando acima, a porta 22 da máquina local, será listada automaticamente no loopback (127.0.0.1), na porta 4444 do ip 187.10.223.67.
Com isso, eu poderei conectar na máquina dele digitando:
ssh -p 4444 localhost -l root
Simples né? Túneis ssh são muito úteis e seu funcionamento como você mesmo viu é bem simples. Então, bom proveito.
Port knocking utilizando iptables
Port Knocking é uma técnica que consiste em enviar uma sequência pré-determinada de pacotes em portas específicas para abrir conexão com algum host.
Não vou me aprofundar sobre o assunto, caso queira fazer isto, o google é seu amigo =). O que irei fazer é demonstrar como utilizar o iptables para realizar esta tarefa.
Supondo que a sua política padrão é DROP e que a porta do ssh é 22 (porta padrão), vamos criar uma regra para liberar o ssh por 20 segundos quando chegar uma conexão tcp na porta 65535:
iptables -A INPUT -i eth0 -p tcp -m state --state NEW --dport 22 -m recent --rcheck --seconds 20 --name SSH --rsource -j ACCEPT iptables -A INPUT -i eth0 -p tcp -m state --state NEW --dport 65535 -m recent --set --name SSH --rsource -j DROP
Supondo que o ip do servidor onde você acabou de implementar as regras acima seja 187.10.223.67, digite:
telnet 187.10.223.67 65535
Logo em seguida, pressione CTRL + C e tente conectar no ssh, você terá somente 20 segundos após ter utilizado o telnet.
Simples né? com estas duas regras acima, você criou um port knocking em iptables :).